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Dados revelam que 90% das startups de comércio eletrônico fecham em quatro meses por falta de planejamento estratégico

O cenário brasileiro de comércio eletrônico apresenta números promissores para 2025, com previsão de faturamento superior a R$ 234 bilhões, segundo projeção da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Para este ano, a organização estima faturamento acima de R$ 234 bilhões, representando crescimento de quase 15%, com tíquete médio de R$ 539,28 e 3 milhões de novos compradores.

Paralelamente, outro panorama preocupa os empreendedores do ramo: 90% das startups de e-commerce encerram atividades em até 120 dias, conforme dados do E-commerce Simples Assim. As razões por trás dessa alta “mortalidade” empresarial ecoam em estudos internacionais sobre o setor. 

Uma pesquisa realizada no Reino Unido, pela Marketingsignals em parceria com Forbes e Huff Post, revela que 37% dos proprietários de e-commerce atribuem o fechamento à incapacidade de competir ou oferecer marketing on-line eficiente, enquanto 35% apontam a falta de visibilidade digital como fator determinante. 

No Brasil, as pequenas e médias empresas (MPEs) registraram faturamento de R$ 1,2 bilhão no terceiro trimestre de 2024, conforme informações de mercado. O desempenho do setor digital reforça a importância de empreendedores que estão criando um site do zero ou que buscam expandir seus negócios na internet dominando as estratégias digitais. 

1. Faça uma análise detalhada dos resultados anteriores

Avaliar métricas de vendas, conversões e retorno sobre investimento (ROI) é a base para identificar pontos fortes e áreas de melhoria, como destaca o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Para colocar essa avaliação em prática, a recomendação é o acompanhamento de indicadores. A análise retrospectiva deve contemplar dados específicos como taxa de conversão, tíquete médio, custo de aquisição de clientes e ROI.

“O ROI também auxilia o empreendedor a planejar metas. Como pode apurar de forma precisa, seus resultados proporcionam segurança em estabelecer novas metas para as vendas on-line”, esclarece o Sebrae.

2. Estabeleça objetivos mensuráveis

Traçar objetivos específicos e mensuráveis também é considerado fundamental. Ampliar receitas, diminuir custos de distribuição ou expandir para diferentes mercados são alguns exemplos.

Dados da Ebit Nielsen apontam o crescimento anual composto de 15% no setor de ferramentas e construção. A performance desse nicho ilustra a importância da segmentação para quem opera no mercado de afiliados, onde a identificação de setores em expansão pode orientar estratégias assertivas de posicionamento.

3. Invista em tecnologia

A Inteligência Artificial (IA) impulsionou o e-commerce brasileiro a um faturamento superior a R$ 200 bilhões no ano passado, registrando crescimento acima de 10%, segundo dados da Edrone

A expansão do setor está diretamente relacionada à adoção de tecnologias de personalização, que incluem sistemas de recomendação de produtos, otimização dinâmica de preços e recursos de realidade aumentada – ferramentas que se consolidaram como diferenciais competitivos no mercado digital.

4. Prepare-se para a sazonalidade comercial

Há anos, a sincronização de cronogramas promocionais com as principais datas do varejo é uma estratégia fundamental, porém existem casos de comerciantes que não associam isso ao meio digital. 

Dados do Statista revelam que a Black Friday, por exemplo, mobiliza quase 38% dos lojistas em campanhas específicas, sendo uma das datas comerciais mais trabalhadas do ano. Um planejamento antecipado garante a gestão eficiente de estoques e a implementação coordenada de ações mercadológicas.

5. Otimize a experiência do cliente

A revisão da jornada de compra impacta os resultados, já que aspectos como usabilidade do site, formas de pagamento, entrega rápida e atendimento pós-venda personalizado influenciam a taxa de conversão. 

Exemplificando essa necessidade, os dados do Baymard Institute mostram que 42% dos consumidores abandonam o carrinho devido à falta de informações detalhadas sobre produtos.

Para aprimorar essa experiência, as empresas podem implementar múltiplas opções de pagamento (incluindo cartões, PIX, boleto bancário e carteiras digitais), além de disponibilizar calculadoras de frete em tempo real e sistemas de rastreamento. 

O comportamento de compra para clientes que acessam a loja por meio do navegador ou de aplicativo celular merece atenção. A otimização da experiência mobile não é mais opcional, mas essencial. O investimento em chat on-line com resposta rápida, a criação de programas de fidelidade e a implementação de políticas de troca e devolução também contribuem para reduzir o abandono do carrinho virtual, conforme o levantamento. 

Outras estratégias incluem a otimização da velocidade de carregamento das páginas, a simplificação do processo de checkout em poucos cliques e a disponibilização de avaliações verificadas de outros compradores para aumentar a confiança na decisão de compra.

6. Desenvolva estratégias de marketing 

Estratégias como segmentação de clientes, SEO, e-mail marketing e recuperação de carrinhos abandonados têm eficácia comprovada para as vendas, conforme estudos.

A automação de marketing mostrou-se 25 vezes mais eficaz do que newsletters tradicionais, convertendo em média 7.898 pedidos por milhão de envios, comparado a apenas 317 das newsletters convencionais, segundo dados da Edrone.

Diante da complexidade técnica e da evolução das ferramentas digitais, a parceria com profissionais especializados é apontada como fundamental para maximizar o ROI. Consultores em marketing digital podem realizar auditorias de presença on-line, identificando gargalos e oportunidades de crescimento para cada negócio. 

7. Conheça o público-alvo

A compreensão detalhada das características demográficas, comportamentais e psicográficas dos consumidores capacita as empresas a desenvolverem abordagens comerciais mais precisas, como alerta o Sebrae. 

Quando as organizações conseguem mapear esses perfis, tornam-se capazes de direcionar esforços para públicos com interesse real em seus produtos, criando campanhas mais eficientes e relacionamentos comerciais mais sólidos, o que se traduz em melhor performance financeira.

Em termos gerais, mulheres representam 59% dos clientes de e-commerce, e mais de 50% dos consumidores virtuais têm entre 25 e 44 anos, concentrando-se na região Sudeste, conforme dados da Abcomm.

8. Estruture a gestão financeira

A insuficiência de capital figura entre as cinco principais causas de falência, afetando 32% dos casos analisados na pesquisa internacional. Questões relacionadas a preço e custo foram mencionadas por 29% dos proprietários que não conseguiram prosperar.

Uma gestão financeira estruturada fornece dados e informações precisas sobre o desempenho financeiro do e-commerce, permitindo que os empreendedores tomem decisões informadas sobre investimentos, expansões, redução de custos e outras estratégias de crescimento. Diferentemente do “achismo”, uma gestão eficaz embasa as tomadas de decisão com dados monetários concretos, como valores que entram e saem do caixa, volume de vendas e performance de produtos.

9. Monitore os indicadores

Dados da Edrone mostram mais de R$ 1 bilhão em faturamento entre pequenas e médias empresas digitais apenas no primeiro trimestre de 2025. Por trás desses resultados, estratégias de marketing digital baseadas em métricas precisas ganham protagonismo, com 20% das vendas digitais sendo impulsionadas por automações inteligentes e sistemas de CRM (Gestão de Relacionamento com o Cliente) integrados.A importância do acompanhamento de indicadores como ROI ou, CAC (Custo de Aquisição de Cliente), tráfego de visitantes e taxa de conversão se evidencia em casos práticos. A Edrone exemplifica essa aplicação ao registrar impacto em 382 mil pedidos e gerar R$ 138,3 milhões em vendas no período.